"É preciso ter muita insanidade e amor para enfrentar os obstáculos."
Maria Duarte, poetisa e contista, nasceu na terrinha da Grande e ícone Dercy Gonçalves, na pequena cidade de Santa Maria Madalena, região serrana do Rio de Janeiro. A autora é Bacharel em Direito e pós-graduada em Criminologia. Amante da leitura e da quinta arte poética, desde os seus 12 anos entregou-se a poesia. Possui uma página no Instagram: @poetalivre.contos, onde divulga suas poesias, contos e resenhas de livros.
Maria Duarte é sinônimo de resistência negra, que se manifesta através da arte, da cultura para enaltecer a voz da mulher negra, e de todas as mulheres, poesias criadas por Deus.
Dando sequência para nossa série de entrevistas com autores da Palavra & Verso, trazemos aqui um pouco da trajetória literária de Maria, bem como suas inspirações, seus próximos projetos, etc. Confira:
Palavra & Verso - Você sempre quis ser escritora? E o que te motivou de fato a começar a escrever?
Maria Duarte - Durante minha infância inteira, vi minha mãe e minha avó lerem diversos livros. Isso despertou em mim uma paixão pela leitura, principalmente pelos livros de poesias e, consequentemente, surgiu o amor pela escrita. Aos meus 12 anos de idade, participei do meu primeiro concurso de poesia e fiquei em segundo lugar, desde então sempre sonhei em ser escritora.
Palavra & Verso - Fale um pouco sobre o seu gênero de escrita, a poesia, e qual é a importância dela em sua vida como leitora e poetisa.
Maria Duarte - A escrita tem uma importância tremenda em minha vida, não só pelo fato de que sou uma pessoa bem tímida e, portanto, através dos meus escritos consigo explicitar muitos dos meus sentimentos, minha rotina e situações do cotidiano (minhas vivências). Como tenho uma página de poesia (@poetalivre.contos) sempre que possível publico alguns dos meus escritos: poemas e alguns contos. A poesia é uma parte de mim; a poesia é minha alma transbordada.
Palavra & Verso - Como surge a poesia na sua rotina? Você estabelece metas e horários para escrever?
Maria Duarte - Não estabeleço metas e horários para escrever, geralmente a escrita vem a mim em momentos inesperados. Creio que a poesia manifesta-se em minha vida 24 horas por dia, mesmo em situações em que não a coloco em um papel.
Palavra & Verso - Quais são os seus poetas favoritos, que você indicaria para quem quer começar a ler poesia?
Maria Duarte - Tenho muitos poetas favoritos, fica até difícil escolher. Meus poetas favoritos são Pablo Neruda, Ariano Suassuna, Charles Bukowski, Fernando Pessoa, Conceição Evaristo e Carlos Drummond de Andrade.
Palavra & Verso - Fale um pouco sobre como veio a inspiração inicial para o seu livro “A insanidade que há em mim”, e como surgiu a ideia para o título.
Maria Duarte - Sempre quis ter um livro publicado, desde quando iniciei a faculdade em 2015, mas não sabia como seria a construção do mesmo. Porém, tinha certeza que seria um livro de poesias. A ideia do título veio através de uma auto concepção sobre mim mesma e, também, da observação e admiração da mulher negra mais importante para mim: minha mãe. Aliás, acredito que todos nós temos um lado insano poético, bem guardado dentro do peito.
Palavra & Verso - Você produz conteúdo para o Instagram; fale um pouco sobre como é a rotina de fazer o material para divulgar nas redes sociais, e como é a dinâmica de interagir com seus leitores on-line.
Maria Duarte - A página @poetalivre.contos foi engendrada por causa de incentivo de alguns amigos, já que sempre compartilhava alguns poemas com eles. Como tenho uma rotina muito agitada, não tenho um horário fixo ou um plano específico para divulgar nas redes socias meus escritos. Gosto de ser bem livre quando se trata de divulgação dos meus escritos, bem como estendo esse penso, em relação, minha interação com meus leitores. A interação por lá é sempre muito recíproca, até gosto de dizer que a poesia me trouxe muitos amigos e pessoas incríveis de todos os cantos do Brasil e do mundo.
Palavra & Verso - Em “A insanidade que há em mim”, conhecemos um pouco do seu universo poético. Fale um pouco sobre o livro e quais sentimentos deseja despertar nos leitores com seus poemas.
Maria Duarte - " A insanidade que há em mim" é um livro que contém poesias com temáticas diversas. Poesias de amor e poesias que fala de dor e de problemas sociais. Através desta obra desejo despertar no leitor uma concepção crítica de que a poesia vai além do belo, a poesia é uma construção social e ao mesmo tempo um meio para repensar sobre muitos conceitos importantes e assuntos dolorosos do nosso cotidiano. A insanidade que há em mim é fruto de tudo isso; é fruto de uma nova ideia poética; é fruto de uma sensibilidade que ultrapassa olhares.
Palavra & Verso - Ainda falando sobre “A insanidade que há em mim”; você tem um poema favorito no livro?
Maria Duarte - Amo todos os poemas, sou suspeita para escolher na verdade, rs. Porém, já que tenho que escolher meu poema favorito no livro diria que é "Gentil Mãe, Quem Dera!" Contudo, também tenho uma queda pelo poema: "Duas Almas Floridas."
Palavra & Verso - Como você se sentiu quando publicou seu livro? E como você sentiu que foi a recepção dos leitores?
Maria Duarte - Não sei explicitar em palavras o quanto fiquei feliz. Um sonho realizado! Tive uma recepção incrível das pessoas que admiram minha escrita, que gostam dos meus poemas. O que dizer também da recepção que tive das pessoas da minha cidade, que acolheram-me a mim e minha obra poética. Sou muito grata a todos meus colegas escritores também que me apoiaram estupendamente.
Palavra & Verso - Você tem muitos projetos em mente? Pode falar sobre algum deles? Fale um pouco sobre sua trajetória literária.
Maria Duarte - Tenho tantos projetos literários em mente. Vou compartilhar três deles aqui: publicar um novo livro, projeto de um novo podcast (tenho muita vontade de retornar, mas num formato diferente) e também projeto de roda de leitura.
Palavra & Verso - Gostaria de deixar um recado de motivação para novos escritores continuarem a buscar por seus sonhos?
Maria Duarte - Nunca desista! O mundo da escrita é um meio muito difícil, principalmente porque vivemos em um ambiente em que não há incentivo a leitura nem apoio aos novos escritores nacionais. É preciso ter muita insanidade e amor para enfrentar os obstáculos para quem desejar ser um escritor ou escritora, mas vale a pena.
Comments