"Sei que haverá obstáculos no caminho, mas se é algo que você ama, que você se dedica, as coisas tendem a dar certo em algum momento de nossas vidas."
Daniel Lopes é um autor residente na cidade de Cuiabá, no estado de Mato Grosso. É estudante do curso de Psicologia e futuro acadêmico do curso de Publicidade e Propaganda. Daniel desenvolveu um laço forte com a literatura e aos poucos vai escrevendo novos caminhos e histórias através de suas palavras espalhadas por diversas redes sociais.
Dando sequência para nossa série de entrevistas com autores da Palavra & Verso, trazemos aqui um pouco da trajetória literária de Daniel, bem como suas inspirações, seus próximos projetos, etc. Confira:
Palavra & Verso - Você sempre quis ser escritor? E o que te motivou de fato escrever seus livros?
Daniel Lopes - Não! Eu sonhava em ser do meio artístico mas não como autor, eu tinha outras ambições para esse meio. Entretanto, após o decorrer dos anos, eis que me surge o desejo de ser escritor, eu já produzia certo conteúdo literário e consequentemente acabei tomando gosto por essa área.
Sinceramente? Uma decepção amorosa! Ali foi o meu pontapé inicial para adentrar ao mundo da escrita.
Palavra & Verso - Quem mais te apoiou no começo da sua carreira como escritor?
Daniel Lopes - Tenho alguns nomes em mente. Alex O, Keyla, Jaine. Entretanto, os meus grandes incentivadores sempre serão Mariana Yasmine e o Matheus Márcio. Mari foi quem me apresentou a esse mundo, que me fez conhecer a plataforma do Wattpad que foi por onde eu comecei a divulgar meus projetos, graças a ela que eu pude conhecer o Matheus, que por ventura do destino começou a ler a obra Um Menino Meio Estranho quando ela ainda estava com outro nome, desde então nos tornamos grandes amigos e hoje ele sempre esta informado de todos os meus próximos passos nessa trajetória criativa.
Palavra & Verso - Em relação a escrever, como é o seu processo de busca por aprimoramento profissional? Existe algum ideal de escrita que você persiga?
Daniel Lopes - Costumo fazer exercícios de escrita, onde me proponho a realizar pequenos jogos de palavras (em suma maioria) aleatórias, mediante a isso, deixo eles em standbye e depois de um tempo os reescrevo. E, é claro, costumo sempre ler livros voltados a crônicas e poesias, gosto de poder descobrir novos meios de se narrar uma história /sentimento. Não seria bem um ideal, mas, quando se entrega de coração a aquilo que se ama, as coisas tendem a fluir de uma forma repentina.
Palavra & Verso - Qual você acha que é a importância da música em um livro? Você gosta de ouvir música enquanto escreve?
Daniel Lopes - A música, de certa maneira, faz com que possamos sentir a sintonia da história, podendo sentir aquele misto de sentimentos. Por exemplo, quando lemos algo relacionado a coração partido, de certa forma nos sentimos entristecidos, agora imagine a mesma cena só que com uma determinada música que você jurava ser a trilha sonora de seu “falecido” romance, as coisas tendem a mudam de figura, você querendo ou não acaba se jogando naquele sentimento, remoendo memórias, ela de certa maneira faz com que a ficção nos remete a nossas histórias da realidade.
Depende do estado do meu humor, quando estou meio tristonho gosto de ouvir músicas que estejam na mesma sintonia que eu, para que eu possa passar uma certa verdade através de minhas poesias. Em contrapartida, quando estou deveras animado, acabo optando por não me embalar a ritmos musicais.
Palavra & Verso - De onde veio a inspiração para os livros “Um Menino Meio Estranho” e “Querido V”? E como surgiu as ideias para os títulos dessas obras?
Daniel Lopes - Querido V surgiu através de uma decepção amorosa, uma forma de eternizar alguém que foi (não é mais) especial em minha vida. Obviamente nem tudo que se encontra nessa obra foi realmente vivido por mim, é mais um misto de expectativa x realidade. O título nada mais é que a abreviação do nome do meu ex-amado + o acréscimo de algo que remete a coisas leves, assim surgiu “Querido V”.
UMME, por si só, é uma mistura e amadurecimento de poemas que foram trabalhados por 3 / 5 anos, no auge da minha adolescência. Onde descobri o amor, as decepções, onde criei laços de amizade, os rompi. Ele nada mais é do que histórias voltadas a essa fase, afinal de contas, quem não teve que se redescobrir na fase da adolescência?
Palavra & Verso - Como a poesia surge na sua vida? O que mais te inspira na hora de escrever seus versos?
Daniel Lopes - Costumo tentar me conectar com a natureza de alguma maneira, é algo que gosto de fazer, seja quando admiro o céu estrelado e sinto a brisa do entardecer ou quando encaro a solidão da tarde e ouço os pássaros a cantar. Entretanto, a imensidão do céu ao anoitecer acaba sendo a minha maior sintonia.
Palavra & Verso - Para você, o que não pode faltar em um bom livro de poesia?
Daniel Lopes - Uma dedicatória que reflita o real motivo daquela obra ter existido. Poesia é sentimento e precisamos sentir na pele que aquilo que está ali é real (mesmo que não seja). Para mim, esse é o fator principal.
Palavra & Verso - Quais são seus poemas favoritos de ambos os livros que lançou? E por quê?
Daniel Lopes - No Querido V o meu preferido é “Banhos embriagados” (ironicamente eu nem bebo coisas com conteúdo alcoólico).
“O banho,
a dor,
o silêncio,
as lágrimas escorrendo lentamente,
os pingos percorrendo minha pele
enquanto o vapor corre por minha face.
O medo,
a solidão,
o choro,
a imperfeição.
O reflexo diante do espelho.
Este não sou eu,
este nunca chegou a ser eu.”
Acredito que por chegar em um horário tardio em casa e sempre me banhar em completo silêncio, eu consigo me enxergar 100% nessa cena, consigo me ver, me sentir, me imaginar ali. É algo que eu tenho realmente orgulho de ter produzido.
No UMME eu citarei alguns, como por exemplo: 1) Morro, 2) Términos, 3) Toque, dentre muitos outros. Sou suspeito pra falar mas essa sempre será a minha obra predileta.
Palavra & Verso - Como você se sentiu quando publicou seus dois livros? E como você sente que foi a recepção por parte dos leitores?
Daniel Lopes - Me senti realizado, tanto é que o Um Menino Meio Estranho está em sua segunda edição, e o Querido V foi publicado com menos de 2 anos após o meu último lançamento. Não era algo que eu havia cogitado no início da carreira. UMME eu senti que foi bastante aceito pelo público, apesar dele ter sido trabalhado desde a época do Wattpad, ou seja, ele já tinha um certo público, tive algumas críticas também, confesso que uma delas foi bem porreira, mas é algo que eu soube administrar bem. QV, em contrapartida, é algo totalmente inédito, algo que não planejei no momento pós-lançamento. Ainda estou construindo o público dele, lentamente, o que de certa forma acabou sendo um pouco frustrante no começo.
Palavra & Verso - Você tem muitos projetos em mente? Pode falar sobre algum deles? Fale um pouco sobre sua trajetória literária.
Daniel Lopes - Eu tenho dois em desenvolvimento. O Menino da Mochila Estranha (esse possui até capa frontal produzida há anos), vocês podem vê-la no meu Instagram pessoal, e o outro é A Dor da Partida, que relata a perda de entes queridos e o modo em que lidamos com isso. Acredito que esse deva ser o meu maior projeto (saindo da poesia e retomando aos contos). Me considero novato ainda nesse ramo, participei de algumas antologias Fábulas Selvagens e o Amor Está no Ar. Dentre essas duas, com certeza fábulas é o que mais me surpreendeu, nele vocês poderão encontrar o meu conto Universo da Felicidade, onde eu acredito ter me sobressaído com a escrita em outro gênero do qual eu não domino nem 85%.
Palavra & Verso - Gostaria de deixar um recado de motivação para novos escritores continuarem a buscar por seus sonhos?
Daniel Lopes - Por mais clichê que soe, nunca desista dos seus sonhos. Sei que haverá obstáculos no caminho, mas se é algo que você ama, que você se dedica, as coisas tendem a dar certo em algum momento de nossas vidas.
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