"Acredite em si mesmo, trabalhe em busca do seu objetivo e aprimore-se cada vez mais. Plante todo dia uma semente e no tempo devido irá colher bons frutos."
Bruno Ferreira Santos é baiano, nascido em Salvador. Escreve há muito tempo, contudo nunca se viu escritor, até começar a rimar suas primeiras poesias, que resultaram na publicação de seu livro de estreia no ano passado.
Como poeta, traz consigo experiências da vida, transformando suas dores em flores em sua maneira suave e extrovertida. Em seus poemas, concede sempre um toque de bom humor e otimismo característicos, objetivando melhorar o dia e arrancar sorrisos de quem estiver a ler seus versos.
Dando sequência para nossa série de entrevistas com autores da Palavra & Verso, trazemos aqui um pouco da trajetória literária de Bruno, bem como suas inspirações, seus próximos projetos, etc. Confira:
Palavra & Verso - Você sempre quis ser escritor? E o que te motivou de fato escrever o seu primeiro livro?
Bruno Santos - Eu sempre gostei de frases e rimas. Rabiscava aleatoriamente na época de escola, mas gostava mais da matemática do que da língua portuguesa. Apesar de admirar as palavras e gostar de interpretar textos, eu nunca quis me tornar escritor.
Quando passei por um momento muito complicado da minha vida, no qual estava cheio de dúvidas e ansiedades, comecei a escrever poesias. Com poucos dias percebi que, além de mim, outras pessoas gostavam do que eu escrevia. Notava que as pessoas mudavam seu astral, percebi que muitos dos meus sentimentos eram comuns aos de outros.
E foi daí que tomei a decisão de continuar a escrever, me aperfeiçoar e por extensão escrever um livro. Tanto para oficializar o recomeço da minha vida, como para tocar corações alheios.
Palavra & Verso - Fale um pouco sobre o seu gênero de escrita, a poesia, e qual é a importância dela em sua vida como leitor e poeta.
Bruno Santos - A poesia é um gênero literário incrível! Ela pode ser doce e suave, profunda ou rasa. Poesia comove, sensibiliza e desperta sentimentos de quem se permite ler ou ouvir.
Como pessoa, leitor e poeta a poesia me completa. Em tudo há poesia. Independente de classe social ou do tema, a poesia fala, questiona, ensina, arranca sorrisos, derrama lágrimas. Quem não gostaria de ter um verdadeiro amigo bem disposto, pronto pra lhe ouvir sem julgamentos? Pois é, é dessa forma que vejo e sinto a poesia.
Ser poeta me faz bem, me torna alguém melhor, e de quebra ainda ajudo outras pessoas.
Palavra & Verso - Como surge a poesia na sua rotina? Você estabelece metas e horários para escrever?
Bruno Santos - Meus dias são sempre bem corridos. Quase sempre acordo às 4 da manhã pra cumprir bem o meu papel de pai e marido. A única meta quanto à poesia é não deixar de escrever. Entre uma atividade e outra da rotina de casa ou trabalho procuro pausas para a escrita. Escrevo no transporte coletivo, escrevo no sofá em frente a TV, escrevo na fila do banco. Quando a poesia surge eu imediatamente as escrevo.
Como dito antes, a meta é não parar de escrever, mas isso não significa que escrevo todos os dias. Não me cobro por isso, deixo o processo acontecer naturalmente.
Palavra & Verso - Quais são os seus poetas favoritos, que você indicaria para quem quer começar a ler poesia?
Bruno Santos - Boa pergunta! São muitos, viu!? (Risos) Gosto muito do Patativa do Assaré e da Cora Coralina. Dos poetas contemporâneos, Bráulio Bessa, Bruno Fontes e Pedro Salomão.
Todos esses, cada um com seu jeito, conseguem de forma simples tocar o coração de qualquer pessoa através da poesia. Eu garanto, leiam que não vão se arrepender.
Palavra & Verso - Fale um pouco sobre como veio a inspiração inicial para o seu livro “Pois é, né?!”, e como surgiu a ideia para o título.
Bruno Santos - Tudo aconteceu de forma bem natural. As poesias retratavam momentos doces e amargos da minha vida. Eu só fiz juntar todos esses momentos. Tanto na página do Instagram como no nome do livro, nasceram da expressão que sempre usei na vida, até mesmo antes de escrever. Em conversas, aconselhando alguém ou sendo aconselhado, a expressão 'pois é, né!?' sempre fez todo sentido. Logo, se marcou minha vida, teria que ser o título do primeiro livro, cheio de doses de verdades.
Palavra & Verso - Você produz conteúdo para o Instagram; fale um pouco sobre como é a rotina de fazer o material para divulgar nas redes sociais, e como é a dinâmica de interagir com seus leitores on-line.
Bruno Santos - Neste aspecto eu tive e até tenho um pouco de dificuldade, porque é preciso fazer com que a literatura entre nos parâmetros da plataforma. Por vezes, é preciso mudar a forma da entrega do meu conteúdo. Nessa plataforma as poesias maiores e textos mais longos são mais difícies de entregar a novos leitores, principalmente pra escritores com páginas menores.
Devido a isso, procuro está atento às atualizações do aplicativo, e de maneira coerente tento me adaptar com as mudanças.
Mas acredito que, independente desses desafios, é primordial ter um bom conteúdo para seu público-alvo, não deixando também de criar a sua identidade e marca. No meu caso, a cor e a fruta laranja.
E o interessante é isso, meus próprios leitores me apelidaram e por extensão o livro de Laranja, Sr. Laranja, Laranjinha. Isso devido no início o perfil não ter foto, apenas continha o nome 'Pois é, né!?' na cores preto e laranja. Uma coisa foi levando a outra. Desde as atualizações na foto do perfil, da bio e até na forma que respondo cada comentário. Por falar em interação, nunca deixem de interagir com quem tira tempo pra ler seu conteúdo, mas faça isso sempre de forma humana e sincera, e não automática, apenas visando números. Isso faz toda diferença a LONGO prazo.
Palavra & Verso - Ainda falando sobre o Instagram, há alguns elementos presentes em sua identidade visual, como o uso da constante da cor laranja; fale um pouco sobre a escolha desses elementos e o que eles simbolizam.
Bruno Santos - A cor laranja representa criatividade. Também é uma cor alegre. Tanto uma coisa como a outra definem bem o que tento transmitir ao público. Alegria, positividade e criatividade no viver. Mas como disse antes, não foi algo completamente planejado, tudo aconteceu de forma bem natural. A cor laranja fez mais sentido pra mim, quando um leitor disse que via em outras páginas um logo laranja, automáticamente lembrava do 'Pois é'. Atualmente posso até mudar uma coisa ou outra, mas a cor laranja, os emojis do coração laranja e a própria fruta da laranja são imutáveis neste aspecto.
Palavra & Verso - Em “Pois é, né?!”, conhecemos um pouco do seu universo poético. Fale sobre o livro em si e quais sentimentos deseja despertar nos leitores com seus poemas.
Bruno Santos - O livro é um marco incrível na minha vida. Representa toda minha ligação com a poesia. A simplicidade sempre será primordial na minha escrita. Desejo que o livro e minhas poesias apenas toquem o coração das pessoas, como de fato tem acontecido. Determinação, coragem, contentamento, amor próprio e discernimento é o que desejo despertar em cada pessoa. Mas só o fato de alguém tomar sua bebida favorita e soltar um sorriso ao ler o exemplar já alcança o objetivo de mudar o dia de alguém.
Palavra & Verso - Como você se sentiu quando publicou seu primeiro livro? E quem mais te apoiou no início da sua carreira como escritor?
Bruno Santos - Um sentimento de real felicidade, independente de vender um exemplar ou não. Era como se a ficha tivesse caindo naquele momento. Pensei diversas vezes: caramba, agora sou mesmo escritor! (Risos).
Nesse processo até a publicação do livro, poucas pessoas me apoiaram. Muitos me desanimaram e outros duvidaram da mínima possibilidade disso acontecer. Porém, conheci mais de perto muitas pessoas que fizeram diferença. Mesmo de longe, sabia do total apoio do amor da minha vida, que atualmente é minha esposa. Meu pai foi um grande incetivador e motivador. Uma tia que, apesar de surpresa, me deu forças pra seguir. E além dessas contadas pessoas, conheci o Paulo Henrique do @signodelua, a Daniela Camelo do @poesiasparavida.oficial, a Patrícia Lima do @patricia.d.braz e a Binna do @poesias_receitas_e_versos, que fizeram e fazem toda diferença nessa trajetória poética.
Palavra & Verso - Você tem muitos projetos em mente? Pode falar sobre algum deles? Fale um pouco sobre sua trajetória literária.
Bruno Santos - Tenho muitos. Um deles é publicar um novo livro e compor uma música. Sobre a trajetória literária, é um misto de felicidade e gratidão. Nunca pensei que iria dar tão certo. Apesar de não ser um escritor best-seller, vendi todo o meu primeiro lote de livros em menos de 60 dias. Tive inúmeros feedbacks positivos quanto ao livro e a minha escrita. E sobre isso, mais pra frente teremos um projeto.
Além disso, tive o prazer de ver meu livro numa estante internacional: saímos na revista digital para vários países fora o Brasil, um projeto incrível do @the_wolf_bard. Participei de um movimento poético lindo com poesias e recitações autorais criado pela atriz Elaine Vianna através do @movimentopoesie_se. Tive o prazer de participar do quadro #perfilpoeta e contribuir com uma poesia autoral no blog maravilhoso do @censurapoetica. Fora a alegria de presenciar a venda dos exemplares do nosso laranjinha no Shopping local na grande @livrariaescariz e, mais recentemente, tive o privilégio de sair na coluna singular do Jornal do Dia do estado Sergipe (@jornaldodiase) mediado pelo incrível ser humano e jornalista Dênison Ventura (@denisonkachoventurasantana). Ademais, tive o privilégio de ter alguns dos meus poemas recitado por demais autores.
Palavra & Verso - Gostaria de deixar um recado de motivação para novos escritores continuarem a buscar por seus sonhos?
Bruno Santos - Com toda certeza! Digo aos novos e aos mais antigos escritores que não desistam! Não coloquem sua esperança em plataforma A ou B. Não esmoreçam com a falta de apoio de amigos e familiares. Acredite em si mesmo, trabalhe em busca do seu objetivo, aprimore-se cada vez mais. Plante todo dia uma semente e no tempo devido irá colher bons frutos. Nuncam esqueçam: "o tempo só não é bom pra quem não sabe esperar."
Saia da zona da conforto,
Não se acomode,
Você trabalha e a vida dá o troco.
E no fim,
Sempre será ESFORÇO,
E nunca será sorte.
Obrigado pelo convite, foi um prazer!
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